Exposição do Vaticano é o grande destaque da Bienal de Veneza 2018
Pela primeira vez na exibição, o país apresente onze capelas projetadas por arquitetos de todos os continentes
Por Fernanda Drumond
Atualizado em 18 fev 2020, 07h48 - Publicado em 20 jun 2018, 18h32
1/11 Javier Corvalán projetou a capela como uma secção transversal de um cilindro colocado em equilíbrio num ponto de apoio. Toda a estrutura é feita de aço, enquanto o cilindro não toca o solo – se a terra for sacudida ou se o vento soprar, a construção se move. (Divulgação/CASACOR)
2/11 A capela da brasileira Carla Juaçaba é feita de quatro vigas de aço, com 8 metros de comprimento. Duas compõem os bancos e as outras duas, a cruz. Repousando sobre sete peças de concreto, as vigas de aço inoxidável refletem o entorno, fazendo a capela quase desaparecer no bosque. (Divulgação/CASACOR)
3/11 Eduardo Souto de Moura projetou um espaço fechado por quatro paredes de pedra com outra rocha no centro, fazendo referência a um altar. A entrada do templo está oculta no interior, as paredes têm uma saliência sobre a qual os visitantes podem sentar e apreciar. (Divulgação/CASACOR)
4/11 O projeto de Sean Godsell amplia a ideia da igreja como uma entidade resiliente e dinâmica, capaz de sobreviver a milhares de quilômetros de Roma. A capela pode ser transportada, erguida, reembalada e reerguida onde quer que seja necessário. (Divulgação/CASACOR)
5/11 A estrutura de Francesco Cellini consiste em dois volumes interligados que contêm áreas de assentos, bem como dois elementos litúrgicos principais: um púlpito e um altar. A capela se abstém da exuberância da forma, trabalhando com o essencial. (Divulgação/CASACOR)
6/11 A estrutura simples de Andrew Berman assemelha-se aos galpões e edifícios pré-fabricados. Todas as superfícies externas são revestidas por folhas de policarbonato translúcido, enquanto o interior é revestido por compensado pintado de preto. A estrutura é uma forma precisa de origem anônima, uma presença indeterminada na paisagem. (Divulgação/CASACOR)
7/11 A capela transversal de Terunobu Fujimori apresenta uma parede externa preta, que sugere um lugar de oração silenciosa. A parede interna é coberta com gesso e embutida com pedaços de carvão, mas ao redor da cruz ela permanece branca, enfatizando a parte dourada. (Divulgação/CASACOR)
8/11 Smiljan Radic projetou uma capela cônica com paredes finas e um teto aberto, reunindo o monumental ao aconchego. A construção foi inspirada nos santuários à beira da estrada. (Divulgação/CASACOR)
9/11 Norman Foster criou um pequeno santuário com foco na paisagem natural. O deque de madeira e três cruzes se transformaram em uma estrutura íntegra e imponente. (Divulgação/CASACOR)
10/11 Concebida como um prelúdio para a exposição, a estrutura projetada por Francesco Magnani exibe os desenhos arquitetônicos de Gunnar Asplund aplicados na capela original – localizada no cemitério Skogskyrkogården, na Suécia. Medindo apenas 33 m², o pavilhão se refere tanto à arquitetura do cemitério quanto à aparência de cabanas em ambientes naturais. (Divulgação/CASACOR)
11/11 A capela de Ricardo Flores e Eva Prats apresenta-se a partir de uma parede paralela ao caminho. Nesta parte, uma porta vira-se para o bosque, abandonando o destino conhecido oferecido pelos caminhos lineares em direção ao desconhecido. (Divulgação/CASACOR)
Pela primeira vez na Bienal de Arquitetura de Veneza, o Vaticano possui um pavilhão especial, o Vatican Chapels (Capelas do Vaticano, em tradução livre), que abriga projetos de igrejas de 11 arquitetos. Com representantes dos cinco continentes, os espaços trazem diversas referências culturais.
Durante a elaboração das construções, os profissionais tiveram que considerar a portabilidade das capelas para outros lugares, levando em conta que algumas delas podem viajar após o fim da Bienal ou até mesmo serem reconstruídas em comunidades italianas, que foram vítimas de terremotos nos últimos anos. A exposição está instalada na Isla de San Giorgio Maggiore, ao lado da Basílica Palladiana, de Andrea Palladio.
Segundo o Cardeal Gianfranco Ravasi, ministro de cultura do Vaticano, o pavilhão foi inspirado pela Woodland Chapel, em Estocolmo, feita pelo suíço Gunnar Asplund. Recentemente o Cardeal reclamou que as igrejas modernas são “feias e não agradáveis ou acolhedoras para rezar” e espera que as Capelas do Vaticano recuperem o diálogo entre o sagrado e a arquitetura.
Sob a curadoria de Francesco Dal Co, historiador de arquitetura, nomes importantes foram selecionados para os projetos. Confira as capelas na galeria!