Banqueta Stool 60 ganha releituras de profissionais brasileiros
Ícone do design mundial, obra do finlandês Alvar Aalto recebe interpretações de profissionais brasileiros em exposição realizada em Curitiba, no Paraná
Por Victor Lessa
Atualizado em 3 Maio 2017, 16h57 - Publicado em 3 Maio 2017, 16h22
(Divulgação/CASACOR)
–(Divulgação/CASACOR)
A banqueta Stool 60, do arquiteto finlandês Alvar Aalto (1898-1976), ganhou releituras pelas mãos de 10 profissionais ligados a arte, fotografia, cultura e arquitetura de Curitiba (PR). As peças reinterpretadas pelos criativos foram lançadas na última semana, no Pátio Batel, em Curitiba, onde ficarão expostas até o dia 9 de maio.
Promovida pela Inove Design e pela Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann, a ação culminou em uma grande exposição chamada Um Olhar sobre o Design Brasileiro Contemporâneo, que conta ainda com peças de Jaime Lerner, do arquiteto Julio Pechmann (1942-2009), e Ronald Sasson. Com assinaturas de Priscilla Mueller, Jorge Elmor, Manoel Coelho, Daniel Katz, Marcelo Paciornik, Ale Mazzarolo, Aline Roman, Gio Soifer, André Mendes e Maya Weishof, as obras serão leiloadas até o dia 9 de maio e poderão ser arrematadas através deste link.
1/10 Quando recebeu o convite, Daniel logo pensou em seu tempo de escola: “Minha criação faz referência a um universo lúdico, de histórias de infância. Como preferi preservar o desenho original da peça, toda a interferência se dá pelo lado de dentro, representando a emoção, enquanto o lado externo, intacto, representa a razão”, diz ele. (José Vieira/Vieira Estúdio)
2/10 A energia dos raios solares foi a inspiração para a criação de Ale Mazzarolo: "Em tempos difíceis nada como o brilho do sol para trazer um sopro de otimismo, cor e luz, e para customizar a icônica Stool 60 me inspirei em um lindo dia de céu azul e ensolarado”, conta. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
3/10 A ideia de Maya Weishof foi trabalhar com um elemento utilizado em sua pesquisa poética, e tentar ironizar a tentativa de compreender um mapa em concreto sobre um objeto feito para sentar. “O concreto é um material com uma carga simbólica e física muito forte, ele edifica basicamente tudo o que entendemos por território. Dentro da minha produção, o significo como um material que é matriz para a construção de limites de fronteiras quando penso o mapa como paisagem”, diz Weishof. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
4/10 Para Priscilla Muller, a luz é a grande protagonista de sua criação: “Quando 1933 chega em 2017, surge uma ideia, uma inspiração e uma intenção. A luz, matéria essencial, elemento estruturador e integrante da arquitetura”, explica. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
5/10 Manoel Coelho buscou inspiração nas origens da famosa Stool 60, reverenciando sua base em sua recriação. “Já fui árvore” é uma homenagem ao arquiteto e sua obra, ambos referência de um design moderno e inovador. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
6/10 A proposta do artista plástico Marcelo Paciornik é fazer uma homenagem aos 100 anos do primeiro ready-made feito por Marcel Duchamp. “A obra conhecida como "Roda de Bicicleta" é apresentada agora em uma versão off- road, enfatizando ainda mais o paradoxo da imobilidade contido na obra original”, explica Paciornik. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
7/10 A natureza foi sua grande inspiração. A coroa em folhas de bronze reverencia o design de Alvar Aalto e vai de encontro com as formas orgânicas e fluidas da natureza. “A estética aplicada de forma plena e real deve ser ovacionada e coroada, é uma joia, que mesmo estandarizada é ainda única e preciosa”, diz Aline. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
8/10 A partir de um objeto que faz parte da história do design, André Mendes buscou criar uma nova roupagem para a peça: “Reconhecido pelo seu equilíbrio estético, simplicidade e desenho impecável, proponho uma nova pele, forma e significado. Retirando toda camada de pintura industrial vemos a madeira, seus veios e imperfeições. Rompendo com suas características industriais, revelando sua alma, fomentando o diálogo entre o design e a arte”, explica. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
9/10 “A exuberância dos trópicos encontra reflexo em suas madeiras de tons avermelhados pinceladas por veios dourados, consonantes com a massiva quantidade de metais preciosos incrustados em toda a superfície do país e estabelecem o contraponto perfeito no estabelecimento da presença nacional na reconstrução de uma peça etérea e de personalidade essencialista”, explica Jorge Elmor. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)
10/10 A proposta da artista Gio Soifer de inserir rodas ao desenho original da banqueta é criar não só um possível movimento deste corpo que suporta e é apoio para outro corpo, mas também de pensar na dinâmica do próprio ato de “customizar” um design já consagrado. “O processo é evidenciado quando ilustro no próprio tampo da banqueta o manual original, somado ao desenho das rodas anexadas”, conta Gio. (José Vieira/Estúdio Vieira/CASACOR)