Como a arte se tornou elemento essencial na arquitetura de interiores?
Sempre lado a lado, a arquitetura e a arte se misturam e se conectam para trazer criatividade e bem-estar; entenda como esse processo aconteceu
A democratização da arte é algo recente. Há alguns anos, ter a posse de obras de arte era algo complicado e voltado para classes mais altas. Hoje em dia, diversos artistas vêm se consolidando no mundo ao trazer propostas acessíveis e memoráveis.
Na arquitetura de interiores, a arte é uma ferramenta para compor os ambientes, especialmente considerando que a arquitetura em si já é uma espécie de arte. “A arte surge como um ponto de reflexão de si próprio e deve sempre trazer bem-estar e identificação por parte do seu proprietário”, define Marina Cardoso de Almeida, do tria Arquitetura.
A função da arte na arquitetura vai além da estética: passeia por questões existenciais, culturais e emotivas da personalidade humana. Nesse contexto, os arquitetos optam por inserir obras em seus projetos na intenção de não apenas decorar, mas enriquecer os ambientes com símbolos afetivos.
Obras que “cabem no bolso”
Um dos maiores receios ao decorar ambientes usando obras de arte é o custo. Subentende-se que o valor será sempre elevado, mas isso não reflete mais a realidade. A verdade é que atualmente temos inúmeros novos artistas e galerias com peças de qualidade e valores mais acessíveis.
A escolha da obra é algo particular na arquitetura. Vai depender muito do gosto e da atmosfera que a pessoa deseja transmitir. “O arquiteto pode ajudar a direcionar o cliente, mas a arte tem seu significado particular para cada um”, explica Marina.
No projeto acima, a tria Arquitetura traz o universo da arte, feito para um casal de clientes com grande repertório cultural. “O conceito principal na escolha dos acabamentos e soluções arquitetônicas foi trazer o conforto, mas ainda assim deixar um grande vazio para que as obras pudessem vestir a casa. E, no caso de ambientes tão amplos como esses foi um grande desafio”.
Neste caso, foram necessários trabalho de estudo, pesquisa e curadoria das obras de arte para chegar no melhor resultado para o cliente, de forma que as obras de arte valorizassem o projeto de arquitetura e vice-versa.
Para quebrar com o ripado e a madeira, um volume de inox com quinas vivas se destaca desses volumes e cria um contraponto com o restante, trazendo um ar de contemporaneidade à solução. As demais paredes deveriam ser brancas e receberam uma textura sutil para dar certo movimento a elas e auxiliar ainda mais no conforto geral.
Quando se existe a possibilidade de inserir obras de arte em um projeto de arquitetura, uma coisa é certa: o local estará repleto de personalidade e sofisticação. Com isso, a arte amplia um espaço de valorização não só das peças, mas como para o ambiente em que se encontra.
Estar Íntimo aposta em texturas como madeira e fibras para trazer conforto
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