Palhinha: o material da vez em 11 ambientes da CASACOR SP
Em móveis e acabamentos, as tramas vazadas da palhinha são retomadas na CASACOR São Paulo e preservam seu inegável apelo afetivo
Por Luciana Andrade
Atualizado em 17 fev 2020, 16h33 - Publicado em 12 ago 2019, 12h23
(Divulgação/CASACOR)
1/11 Otto Felix - Casa das Sibipirunas. O projeto de 250m² se integra com a natureza e respira harmonia, com um visual que reflete a busca por uma vida simples. Entre os diversos materiais como gesso, vidro e travertino, a palha garante presença no design autoral da cabeceira e da base da cama. (Divulgação/CASACOR)
2/11 Olegário de Sá - Cozy House. O banco Benjamim, em madeira e assento em palhinha, é um dos destaques do espaço. Com design de Gustavo Bittencourt, a peça chegou a ser exibida na 15ª edição da SP-Arte. (Robert Majola/CASACOR)
3/11 Lisandro Piloni - Foyer Bienvenue. À esquerda, as poltronas Benjamin, do designer Gustavo Bittencourt, foram produzidas em palha e aço inox. Elas rendem um toque de descontração e brasilidade ao espaço que mescla elementos modernos, da Pop Art e do estilo clássico. (Divulgação/CASACOR)
4/11 Marcela Pepe - Estúdio da Mulher Contemporânea. A designer apostou no aconchego, explorando texturas. Por isso, foi na direção dos materiais naturais, como madeira, junco, linho, couro e, claro, a palhinha. Ela está presente nas portas do armário, produzido pela Madê Marcenaria, garantindo a circulação de ar na parte interna do móvel. (Divulgação/CASACOR)
5/11 Léo Romano - Paredes Mágicas. Com ambientes sobrepostos, o espaço cria uma atmosfera lúdica e insere fotografias com cenas cinematográficas e circenses. No mobiliário, destaque para a chaise-longue Rio, assinada por Oscar Niemeyer em colaboração com a sua filha Anna Maria, em 1978. (Salvador Cordaro/CASACOR)
6/11 Barbara Jalles - Estúdio Conexão. A arquiteta abusou da madeira no projeto, utilizada no piso e também para emoldurar as paredes. A palhinha aparece de forma original, na instalação de prateleiras criada pelo Estúdio Alfaia. (Rafael Renzo/CASACOR)
7/11 Ana Sawaia - Saleta Pausa. As tramas mais abertas conferem leveza aos nichos, deixando o móvel e os objetos respirarem. (Divulgação/CASACOR)
8/11 Denise Barretto - Atelier de Morar. O ambiente de 130 m² foi delimitado de várias maneiras, sem perder a fluidez. Uma das ideias foi utilizar o biombo de cedro e palhinha, que funciona como cabeceira e divide o quarto do escritório. (Rômulo Fialdini/CASACOR)
9/11 Hugo Schwartz e Alexandre Gedeon - Loft Mobili. No quarto, o banco de Gustavo Bittencourt faz as vezes de mesa lateral, apoiando livros e luminária. O material dialoga com o conceito do ambiente, com aberturas para a luz e a paisagem. (Denilson Machado/CASACOR)
10/11 Fernando Piva - Estúdio Plural. O arquiteto pensou em materiais que trazem a sensação de refúgio, tão necessária para a rotina contemporânea. Entre eles, destaque para a palhinha na cabeceira que abraça a cama. (Divulgação/CASACOR)
11/11 Marcelo Diniz - Bar do Relógio. Nas paredes e no teto, o rosa veneziano dá o tom e renova o espaço original do Jockey Clube de São Paulo. Diante desta base, alguns elementos promovem um contraste intencional, a exemplo do biombo em palhinha. Ele demarca uma das áreas de convivência e gera aconchego. (Divulgação/CASACOR)
De tão associada à brasilidade, muitos pensam que a palhinha é invenção nossa. O material, que já foi conhecido como palha de Viena, começou a ser popularizado no século 17, trazido da Ásia pelos europeus. Do Velho Continente aportou no Brasil, e descobriram que a palhinha tinha tudo a ver com o clima tropical, ao permitir a circulação de ar e combater a umidade. Se no princípio representava a tradição colonial, a partir dos anos 1940 foi apropriada pelos modernistas, interessados em elementos brasileiros.
O português Joaquim Tenreiro e os brasileiros Sergio Rodrigues, Geraldo de Barros e Oscar Niemeyer deram novo fôlego ao material. Tornaram a palhinha um clássico. Entre os designers contemporâneos, como Zanini de Zanine e Gustavo Bittencourt, a palhinha não para de conquistar espaços.
Na edição 2019 da CASACOR São Paulo, não foi diferente. A palhinha atualizada em diferentes usos e versões foi uma das tendências que conquistaram os visitantes. Cadeiras, bancos, biombos, cabeceiras e outras aplicações expandiram as possibilidades do material. Ao mesmo tempo que carrega memórias e afetos, a palhinha traz um quê artesanal e representa o desejo de trazer materiais mais naturais para a casa.