Treliças: elemento milenar ganha releitura em 10 projetos de CASACOR
Painéis vazados diluem a divisão entre ambientes e redesenham os espaços com luz e sombra
Por Luciana Andrade
Atualizado em 17 fev 2020, 16h32 - Publicado em 30 ago 2019, 11h15
1/12 Duda Porto - Casa Lite. Neste espaço da CASACOR São Paulo, as grandes esquadrias ganharam portas camarão com muxarabis. Elas permitem que o lar seja banhado por luz natural durante o dia e preserve seu intimismo à noite. (Denilson Machado/CASACOR)
2/12 Nildo José - Casa Dendê. A atmosfera mística e tranquila é resultado da luz natural filtrada pelo muxarabi. Ele foi instalado junto à cobertura de vidro. Um dos destaques da CASACOR São Paulo. (Denilson Machado/CASACOR)
3/12 Nildo José - Casa Dendê. O módulo central totalmente envelopado pelas treliças concentrou a área da cozinha e da sala de banho em lados opostos. A luz entra totalmente no espaço, que pode ser isolado quando as portas camarão estão fechadas. A solução chamou a atenção na CASACOR São Paulo. (Denilson Machado/CASACOR)
4/12 Patrícia Neto - Clube do Ócio. Na CASACOR Goiás, a arquiteta criou um refúgio. O fechamento da caixa onde se localiza o ambiente dilui ainda mais a iluminação indireta. O efeito é relaxante, combinando ainda com a brasilidade do mobiliário de Sérgio Rodrigues. Repare que é possível inserir quadros em uma parede treliçada. (Jomar Bragança/CASACOR)
5/12 Moacir Schmidt e Salvio Moraes Jr. - Casa OAK. Na CASACOR São Paulo, o projeto chamou a atenção pelo uso atual dos muxarabis. Aqui, ele emoldura a sala e a separa sutilmente da cozinha. Como os dois espaços trazem os mesmos acabamentos, com destaque para as lâminas de Carvalho, a sensação é de continuidade. (Denilson Machado/CASACOR)
6/12 Moacir Schmidt e Salvio Moraes Jr. - Casa OAK. O painel vazado libera a visão da área externa e traz o verde para a sala de jantar, trazendo um charme extra à abertura. Tanto o piso como este painel exploram as formas quadriculadas, despertando o interesse na CASACOR São Paulo. (Denilson Machado/CASACOR)
7/12 Flávia Mattar - Escritório do Residencial Família Jovem. Um dos ambientes que ganhou destaque na CASACOR Paraná. Aqui, as treliças de madeira clara conferem leveza à grande estante de livros, dialogando tanto com itens de antiquário como contemporâneos. (Eduardo Macarios/CASACOR)
8/12 Joana Deicke e Maria Manoela Bento Pereira - Felicità. As tramas nas paredes conversam com a palhinha das cadeiras. O resultado é um ambiente claro, ventilado, cheio de brasilidade e descontração. O espaço fez parte da CASACOR Rio Grande do Sul. (Cristiano Bauce/CASACOR)
9/12 Larissa Leite - Loft Pet Friendly. A designer de interiores participa pela segunda vez da CASACOR Goiás. O décor do espaço é clean, e a treliça afirma esta leveza ao substituir a parede de cabeceira no quarto. (Divulgação/CASACOR)
10/12 Mike Hoffmann e Lia Herrmann - Loft Haven Home. Na CASACOR Balneário Camboriú, o painel vazado orienta a circulação do espaço. Ele confere certa privacidade ao quarto de dormir, acompanhando a paleta de cores intimista do projeto. (Lio Simas/CASACOR)
11/12 Elisa Veloso e Lissa Azevedo - Boutique de Aromas. Na CASACOR Goiás, a dupla de profissionais inova ao aplicar o muxarabi no teto. O elemento também se repete na porta e conversa com a arquitetura contemporânea do espaço, caracterizada pela mistura de elementos. (Divulgação/CASACOR)
12/12 André Lenza - Kozu BLACK. Este bar e restaurante contemporâneo estava na CASACOR Goiás. Para conceber um ambiente sem barreiras, o arquiteto utilizou o muxarabi na fachada. A trama apaga a fronteira entre interior e exterior, além de criar lindos desenhos à luz do dia. (Divulgação/CASACOR)
Com um apelo geométrico e ao mesmo tempo artesanal, as treliças fazem interessantes jogos de revelar e esconder nos ambientes de CASACOR. Na temporada 2019, este elemento aparece de várias formas. As treliças surgem como painéis que se aliam a recursos de iluminação, compõem divisórias fluidas entre espaços, fazem os fechamentos de ambientes ou conferem leveza à marcenaria.
As treliças feitas com ripados de madeira são uma herança da arquitetura árabe, derivada dos milenares muxarabis. Os painéis perfurados estavam mais ligados à preservação da intimidade – especialmente das mulheres – em casa. Assim, eram desenhados para permitirem a visão de dentro da casa para fora, mas não o contrário.
Por meio dos portugueses, este elemento chegou ao Brasil e passou a compor a arquitetura colonial. Nos anos 1960 e 1970, a treliça foi redescoberta e consagrada como sinônimo de brasilidade. Tudo a ver com nosso clima tropical e ensolarado.
Hoje, estas estruturas podem ser elaboradas em diferentes materiais e se afirmam como uma solução de arquitetura sustentável. Afinal, permitem a passagem controlada de luz e ventilação naturais nos espaços, aproveitando estes recursos à favor do conforto e da beleza. Um respiro, enfim.