6 nomes do design francês para ficar de olho em 2020
Nomeados por uma curadoria da MAISON & OBJET, os profissionais trazem a preocupação ecológica e o gosto pelo artesanato como denominadores comuns
Por Redação
Atualizado em 17 fev 2020, 16h27 - Publicado em 9 jan 2020, 11h06
–(Divulgação/CASACOR)
Em cada uma de suas edições, a MAISON & OBJET – feira internacional de design, decoração e estilo de vida sediada em Paris –, seleciona e dá visibilidade a uma nova geração de talentos do design que merecem ficar no nosso radar. Os destaques deste ano emergem da vibrante cena do design francês.
Dos Rising Talents, fazem parte cinco designers individuais e uma dupla, todos residentes em Paris. A M&O, que completa 25 anos, acreditou ser uma oportunidade ideal “para retornar às raízes e pesquisar o melhor de talento da nossa casa”, conta Philippe Brocart, Diretor Geral da SAFI, empresa que organiza a feira.
Nos trabalhos dos designers em ascensão, muitas referências se cruzam. As questões ecológicas pautam o desejo de Adrien Garcia de criar objetos duráveis que possam ser passados para as gerações futuras, mas também concebe os projetos inovadores em redução de energia da Natacha & Sacha. Também compartilha do mesmo interesse Wendy Andreu, que trabalha em moldes para gerar desperdício mínimo.
1/6 Adrien Garcia divide seu tempo entre Paris e um castelo do século XVII em ruínas, no oeste da França, de onde tira sua inspiração. Nascido em 1990, estudou na ENSCI Les Ateliers em Paris e na Universidade de Arte de Berlim. Atualmente, está desenvolvendo sua primeira coleção de móveis em estilo "bastante austero e escultural", como descrito por ele, inspirada por artistas como Andy Goldsworthy. A coleção favorece proporções equilibradas e faz uso de materiais nobres, como madeira e aço. Defensor dos artesãos franceses, seu objetivo é produzir peças que durem e possam ser entregues às gerações futuras. (Divulgação/CASACOR)
2/6 De todos os Rising Talents desta edição, a designer franco-suíça Julie Richoz é talvez a que já tenha conquistado mais reconhecimento no mercado. Vencedora do prêmio do Grande Júri no Design Parade em Villa Noailles em 2012, ela colabora com galerias de prestígio em Paris e Londres, além de criar peças para as principais empresas de design da Europa. Richoz tem predileção por formas curvas e é fascinada por vidro colorido. Mais recentemente, tem explorado o mundo dos têxteis, como pode ser visto no tapete Binaire que projetou para a Manufacture de Cogolin. (Divulgação/CASACOR)
3/6 Laureline Galliot usa novas tecnologias para criar objetos nos quais a cor desempenha um papel predominante. “Quero virar de cabeça para baixo o paradigma que dita que a cor é apenas um toque final”, afirma. Ela concebe seus projetos desenhando em um iPad ou usando um fone de ouvido de realidade virtual e usando um software originalmente desenvolvido para criação de desenhos animados. Nos dois casos, ela não tem ideia pré-concebida da forma do objeto final. Ela se deixa guiar pelas pinceladas virtuais à medida que aparecem. (Divulgação/CASACOR)
4/6 Uma das principais preocupações no design de Mathieu Peyroulet Ghilini é o motivo pelo qual um objeto tem uma certa forma e não outra. Desta noção, investigou em detalhes com o Sofistication, projeto que lhe rendeu o prêmio Grand Jury na Parada do Design na Villa Noailles em 2013. Com um trabalho enigmático, sua linha criativa captou a atenção de Pierre Charpin por "não avançar em caminhos previamente marcados". O designer geralmente favorece formas geométricas simples, evita tentar estabelecer uma estética identificável e tem um amor particular por desenhos. (Divulgação/CASACOR)
5/6 "Queremos trazer o design para campos onde hoje ele não é necessariamente esperado", revela Natacha Poutoux, uma das integrantes da dupla Natacha & Sacha. Seu trabalho busca reimaginar produtos eletrônicos domésticos evitando o plástico. Seus projetos revelam um interesse pelo aquecimento. Da preocupação, duas soluções ecológicas surgiram: o radiador tipo partição Briques, que consiste em tijolos refratários suspensos em um trilho elétrico; e um tecido térmico chamado Parterre, bordado com fios transmissores de calor. A ideia é que ele possa ser usado para aquecer um corpo nas proximidades, em vez de em toda a sala. (Divulgação/CASACOR)
6/6 O foco do trabalho de Wendy Andreu é a exploração de materiais. Nascida no sudoeste da França em 1990, ela estudou metalurgia na Ecole Boulle em Paris antes de passar para a Design Academy em Eindhoven. Foi lá que começou a desenvolver o Regen, uma série de objetos feitos de um material altamente inovador, composto de fibras de algodão e látex, enroladas em moldes de aço personalizados a laser. O tecido impermeável recebeu o prêmio Dorothy Wasman Textile Design Award durante o Mês Têxtil de Nova York em 2017. Outros projetos de Andreu incluem bancos de aço patinado de oito pernas, além de uma série de estantes de alumínio criadas em conjunto com Bram Vanderbeke. (Divulgação/CASACOR)
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Para René-Jacques Mayer, diretor da École Camondo e membro do júri votante, atualmente existem duas principais tendências no cenário jovem do design francês. A primeira é que os designers estão desenvolvendo laços mais fortes com o artesanato. “Eles se identificam menos com produtos industriais do que com objetos produzidos em escala limitada”. Além disso, as peças estão infundidas de usos práticos, voltados para resolver problemas reais. “Eles não estão mais interessados em simplesmente projetar uma cadeira, mas desenvolvem projetos que buscam um envolvimento social”.
O trabalho dos talentos do ano serão destacados na próxima edição da MAISON & OBJET, que acontece de 17 a 21 de janeiro no centro de exposições no Paris Nord Villepinte.