A divertida e curiosa história do Polochon, de Lina Bo Bardi
O simpático porquinho foi utilizado por Lina Bo Bardi na cenografia da peça Ubu Rei, há 30 anos!
![06-lina-bo-bardi-9-historias-sobre-a-arquiteta-no-ano-de-seu-centenario Desenho do Polochon feito por Lina. Abaixo escrito "Polochon porco de duas cabeças"](https://gutenberg.casacor.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/09/06-lina-bo-bardi-9-historias-sobre-a-arquiteta-no-ano-de-seu-centenario.jpeg?quality=80&strip=info&w=1024&crop=1)
Ao estudar a obra de Lina Bo Bardi e atestar seu impacto e importância na arquitetura internacional, talvez a imagem que apareça na cabeça dos leitores seja de uma intelectual sisuda e acadêmica. Do contrário, Lina era dotada de uma personalidade forte e cativante, bem como um senso de humor peculiar. Um dos exemplos disso é o porquinho Polochon.
![pocholon-lina-bo-bardi Polochon original na Casa de Vidro. Janela ao fundo e uma cadeira de madeira ao ladoira](https://gutenberg.casacor.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/09/f0532c528e4bcf580c9f2bdefb3d02dd.jpg?quality=80&strip=info&w=1024&crop=1)
Com duas “cabeças”, esse simpático mascote (também chamado porco-travesseiro) foi criado pelo autor e dramaturgo Alfred Jarry em 1885. Cem anos mais tarde, Lina deu vida ao personagem como parte da cenografia da peça Ubu-rei, exibida no Teatro Ornitorrinco, em São Paulo.
![Ubu-Roi-a-cortada-870×500 Cena da peça Ubu Rei. Homem com maquiagem cênica veste um macacão com enchimento com uma espiral estampada](https://gutenberg.casacor.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/09/ubu-roi-a-cortada-870x500.jpg?quality=80&strip=info&w=1024&crop=1)
Nela, o protagonista é um monarca demagogo, sanguinário, glutão e velho. Da narrativa simbólica e surrealista, surge o pesadelo degenerado e surrealista Polochon, feito com madeira e poliestireno.
![pocholon-lina Polochon original na Casa de Vidro. Estante com livros ao fundo](https://gutenberg.casacor.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/09/pocholon-lina.jpg?quality=80&strip=info&w=1024)
Lina mantinha algumas versões desse “pet” curioso em sua própria casa no bairro do Morumbi – a qual é um marco do modernismo na arquitetura. Um exemplar grande ficava na sala, enquanto “filhotes” descansavam nas mesas junto das demais peças de arte, que incluíam estatuas religiosas, porcelanas e até uma zebra de madeira.
![38802744_269178170474763_9113188293008162816_n Ilustração em papel feita por Lina. Polochon ao centro na frente de uma audiência](https://gutenberg.casacor.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/09/38802744_269178170474763_9113188293008162816_n.jpg?quality=80&strip=info&w=1024&crop=1)
Para celebrar seus 35 anos, a Galeria Carbono criou uma edição de Polochons com dimensões de: 20,3 x 22,7 x 40 cm. Eles foram feitos a partir de escaneamentos 3D da peça original.
![gif-polochon Animação que mostra a edição criada pela Galeria Carbono em vários ângulos](https://gutenberg.casacor.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/7/2018/09/gif-polochon.gif?w=650)
“Escolhemos o Polochon, figura palindrômica e divertida, feio e lindo ao mesmo tempo, pela curiosidade que ele desperta. Sua criação e trajetória envolvem histórias animadas: dos primeiros desenhos de Lina à presença no cenário da peça, as passagens por exposições internacionais e o lugar de honra na Casa de Vidro.” afirmou Sol Camacho, Diretora artística do Instituto Bardi.