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Bancos indígenas do povo Mehinaku estão expostos na SP-Arte online

As peças foram esculpidas por 11 artistas do território indígena do alto Xingu e aliam tradição, arte e design na SP-Arte Viewing Room

Por Redação
Atualizado em 28 ago 2020, 16h40 - Publicado em 28 ago 2020, 15h00
Bancos indígenas do povo Mehinaku estão expostos na SP-Arte online
(Divulgação/CASACOR)

A edição online da SP-Arte, principal feira de arte do país, segue acontecendo até o próximo domingo (30) com mais de 130 expositores, entre galerias de arte, coletivos e projetos independentes. Entre eles, a tradição do povo Mehinaku, pertencente ao complexo cultural indígena do alto Xingu, está sendo representada por uma coleção de bancos exclusivos, simbólicos para a cultura Mehinaku. A partir das mãos de 11 artistas, a diversidade e o repertório artístico destes povos ganham uma nova interpretação, sob forma contemporânea.

Bancos indígenas do povo Mehinaku estão expostos na SP-Arte online
O banco Macaco, de Kulilyrda Mehinaku. (Cleber Zacarias/CASACOR)

Os bancos que integram a SP-Arte Viewing Room apresentam um diálogo entre elementos da tradição e da liberdade autoral de cada artista. Esculpidos a partir de um único tronco de madeira, sem juntas ou emendas, eles assumem a forma de animais da fauna brasileira e de entidades míticas. Uma série de grafismos finaliza o acabamento, como símbolo das pinturas tradicionais muitas vezes reveladas através de sonhos.

Bancos indígenas do povo Mehinaku estão expostos na SP-Arte online
O banco Capivara, de Yahati Mehinaku. (Rafael Costa/CASACOR)

“Os bancos indígenas são repletos de arte brasileira. São os principais artefatos do povo Mehinaku e símbolo da arte indígena do Brasil”, afirma Mayawari Mehinaku. Neste sentido, os bancos não servem apenas ao propósito funcional, mas atendem a uma dimensão simbólica. Eles também funcionam como um “demarcador social” – alguns deles, são para uso exclusivo masculino; outros apenas para o público feminino; ainda alguns se destinam apenas aos caciques e pessoas importantes. Os bancos possuem também uma dimensão cosmológica, sendo alguns deles usados por pajés como instrumento de transcendência ao mundo espiritual.

Bancos indígenas do povo Mehinaku estão expostos na SP-Arte online
O banco Onça, de Yaruru Mehinaku. (Rafael Costa/CASACOR)
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